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Mensagem de Boas Vindas

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Aventura em Benaulim

por Henrique Antunes Ferreira, em 30.03.16

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Hoje o textículo resulta duma experiência

assaz interessante como poderão ver de seguida

Não tem reportagem de viagens diversas,

nem visitas a casas antigas. Tem apenas um evento

inédito e é absolutamente pessoal.

Que me perdoem os pacientes leitores...

 

Antunes Ferreira
Benaulim nome estranho para quem chega é uma praia, pouco afastada de outra, Colvá. O que não admira pois é sabido que praticamente toda a costa goesa é quase uma praia sem soluções de continuidade. Areias doiradas, céu claríssimo, comer à beira mar, num restaurante porreiro onde já nos conhecem pois somos fregueses habituais...

 

Ontem decidi-me e fui experimentar o paraseiling (como é chamado por cá)que se trata de um para-quedas puxado por um outboard rápido o que faz com que o globo se enfune e suba para uma altura considerável. Os proprietários e ajudantes deste memorável zingarelho sabem tudo, começando pelo cálculo dos ventos absolutamente indispensável e pela condução do "aparelho". Penso, no entanto que os pilotos não têm brevê, mas são bem comportados... Nunca abusam dos passageiros, muito pelo contrário. Uma torpe benfiquista escreveu.me perguntando se eu chega ao céu com um homem atrás? Invejas e maledicências.

 

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Já no ano passado pensara na experiência, mas com a perna ainda entrapada não me pareceu aconselhável, além disso a minha patroa fiscalizava-me como sempre e achava que a brincadeira era perigosa. Nada disso, bem pelo contrário, e ontem provei que era fantástica. As primeiras duas vezes que me preparava para voar os ventos não estavam de feição segundo me informaram os membros da equipa e quando estivesse tudo bem, viriam chamar-me ao restaurante e à minha cerveja antes que... aquecesse.

 

Fiquei com a suspeita que era sobretudo uma questão de peso, mas o "director de operações" garantiu-me que não se tratava disso, os meus 117 quilitos não eram objecção que viesse,visse e ...sentisse. Até que finalmente um precioso ajudante de auxiliar de praticante chegou-se ao pé do bar e afirmou-me peremptoriamente come, Sir; porém eu não estava a comer, apenas a engorjar uma bejeca fresqérrima. Fui. A Raquel entretida com as eternas palavras cruzadas nem reparou que eu fora a caminho da aventura, aliás, disse ela depois que pensava que eu estava a brincar.. Mas, não estava.

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A coisa é muito mais simples do que parece. Além do tal comandante da aeronave, o resta da malta que constitui a equipa passou-me uma data de correias em nylon uma das quais era o meu assento. Um colete salva-vidas (um tanto apertado...) completa o equipamento; o piloto segura-se atrás do viajante, manobra os cabos do para-quedas e começamos a voar no céu azul. Um arranque mais ou menos suave e o passageiro, neste caso eu, vai vendo o que se passa lá na praia e na costa, com uma visão espectacular, e conversando com o condutor; umas voltas para lá, outras para cá e até me dou ao luxo de largar as mãos das correias plásticas a fim de acenar para as formigas lá em baixo que afinal são os banhistas.

 

Ocorre-me de imediato o Domenico Modugno da minha juventude e o seu Volare. È comiciamo a volare nel cielo infinito, oh, oh, cantare, oh, oh, oh; nel blu ti pinto de blu, felici di stare la su ... As voltas duram cerca de três minutos e juro que valem a pena. O Carminho Costa, de Mapuçá, amigo que já referi por diversas vezes (o que bem merece) tinha-me dito ao telefone quando lhe comuniquei que ia fazer o tal paraseiling que visse se as correias aguentavam comigo. Provocação, à qual como é de bom tom, não respondi.

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Quando aterrámos comecei a bater palmas e a felicitar o grupo. Ficaram todos muito contentes pois não era habitual os fregueses procederem daquela maneira. Também dei um bacalhau a cada um deles, e nas suas caras morenas romperam muitos sorrisos que passaram rapidamente a gargalhadas. O meu piloto até me ajudou a caminhar na areia, por isso trouxe as minhas chanatas; eu trazia a minha bengala de quatro patas, mas agradeci-lhe a gentileza. Fez as contas com a ministra das Finanças, a Raquel, e pôs-se na alheta... Oitocentas rupias (mais ou menos dez euros)Barata a festa. Vou voltar a viajar para que a Raquel fotografe o herói e quiçá faça um vídeo...

 

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Isto porque quero um registo para a posteridade e para que a minha malta acredite; não que filhos, netos e amigos (da onça?) não creiam na façanha do pai e avô. Nestes acontecimentos, que são aparentemente raros, não se pode acreditar em ninguém, nem mesmo na própria sombra... E se não concordarem peço-vos o obséquio de consultarem o Lucky Luke.

Resta acrescentar que três dias depois voltei a voar de paraseiling. Para que me fotografassem no sentido de tirar as dúvidas de algumas almas descrentes da façanha. Numa chamada telefónica para Portugal, o meu filho Luís Carlos informara-me que era como São Tomé: ver para crer... Agora já vê.

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18 comentários

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De Maria do Mundo a 30.03.2016 às 19:52

Corajoso. Adorava fazer o mesmo.
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De Henrique Antunes Ferreira a 31.03.2016 às 17:50

Mariamiga

Não custou nada!!!! Experimenta...

Qjs de Leãozão

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