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Chovia se Deus a mandava. Por dentro dos pingos grossos e poluídos havia uma multidão de chapéus-de-chuva fugindo dos automóveis que chutavam a água contra os peões, resultando goleadas para os condutores. Nas sarjetas entupidas a água tentava furar e escorrer por elas. Mas não furava, não escorria transformava-se num lodaçal que se prendia aos sapatos dos transeuntes, mesmo aos de saltos altos que algumas madonas persistiam em usar agora instalados em botas.
É um dilúvio dizia o Sarzedas para o Pestana (que não é o dos hotéis nem das pousadas, esse só acamarada com o Cristiano Ronaldo que sempre sonhou ter pelo menos um hotel…) uma carga de água, o Noé nem teria tido tempo para construir a arca, muito menos para meter nela todos os casais de todos os animais; mas o que é verdade, safaram-se todos, para que depois do dilúvio universal (?) o comandante e timoneiro apanhasse uma cardina de caixão-à-cova…
Pestana não respondeu, mas ficou a pensar sobre os três filhos que o encontraram nu por força do álcool, Sem, Cam e Jafet, que malandros, denunciarem o próprio pai que, aliás, fora o plantador da vinha que originara a bebedeira, não estás a ligar-me pevide, andas a flutuar não sei por onde, afinal descobri que não és meu amigo, mas amigo da onça, ó Sarzedas, desculpa pá, estava a pensar na cagada da austeridade que os outros encomendaram à troika e a perguntar-me porque motivo quando o meu salário chega ao fim, ainda sobram dias do mês.
Pronto, não se fala mais nisso, amigos como antes quartel-general em Abrantes, a porra é que não para de chover, o São Pedro, tal como os nuestros vecinos, abriu as comportas e a água veio aos tombos de cima para baixo. Os espanhóis dizem subir arriba e bajar abajo, são umas cavalgaduras, olha lá Sarzedas, as malditas bátegas não param, é uma borrasca do catano, e nós aqui sem chapéus-de-chuva, molhados que nem pintos fugindo do conforto das penas das galinhas-mães.
Deixa-me cá, não te amofines, não gosto desses empecilhos; dos pintos?, não, chiça, dos chapéus-de-chuva e até dos de sol, vem o vento e eles enfunam-se como vela de navio e se não nos precatamos lá vamos pelos ares, agarrados ao cabo deles, que é um cabo dos trabalhos. Ou das Tormentas, afinfa o Pestana. Mas são necessários nestes momentos e, ‘da-se, já te disse que os abomino. Desde quando? Desde que o meu vizinho de cima me apanhou com a casta e santíssima esposa na cama do casal. O gajo que é forte e feio, agarrou no que tinha à mão, um chapéu-de-chuva, e deu-me uma carga de porrada tal que o INEM me levou às urgências, com os dois braços partidos e uma perna ao peito.
E a vizinha? Sei lá, quando veio a ambulância eu já não via nada, porque também tinha os olhos mais empolados que abóbora; menina? perguntou o Pestana, ó pá não me lixes, vou meter-me à água e ala que se vai fazendo tarde. Claro que o Sarzedas não gosta de chapéus-de-chuva, nem de sol muito menos de sombrinhas, nada disso. Se calhar e face ao ocorrido, ele, Pestana (sem hotéis nem pousadas) também não gostaria. E resolveu ir para casa – a nadar. Até parecia o Marcelo quando concorreu à presidência da Câmara de Lisboa. E sem chapéu-de-chuva.
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